Você já sentiu dor durante o sexo?

Vamos conversar sobre um problema que afeta a vida sexual de 4 em cada 10 mulheres: a dor durante as relações sexuais. Sim, são muitas as mulheres que sentem dor durante o sexo e, o pior de tudo, é que a maioria delas não encontra respostas para a origem de sua dor, nem mesmo no consultório de ginecologistas. 

Cerca de 90% das mulheres que chegam ao meu consultório com histórico de dores e desconfortos já passaram anteriormente por, pelo menos, cinco ginecologistas. Todos esses médicos, depois de um exame físico, sem exceção, consideram a região íntima da paciente “normal” e passaram instruções como “você precisa relaxar”, “quem sabe tomar um vinho antes, para se soltar, vai te ajudar?”, “troque a marca do lubrificante, você deve estar ressecada”, ou pior ainda “se não transar, ele vai largar você”. (Gurias, que fique claro: esses são os relatos das minhas pacientes. E, infelizmente, já ouvi muitos assim.)

Entretanto, estou aqui para mostrar a luz no fim do túnel para aquelas que sofrem com dores nas relações sexuais e acreditam que não há solução. Antes de mais nada, quero que você entenda de uma vez por todas que dor na relação não é normal. Apesar de ser comum, nunca pode ser considerada normal.

Acontece que, na maioria das vezes, a tensão da musculatura passa despercebida em exames clínicos nos consultórios médicos. Mas saiba que é na fisioterapia pélvica que está sua solução. 

 

Entenda o que você sente 

 

Para darmos o primeiro passo na compreensão do seu problema de dores das relações sexuais, reflita e responda as perguntas a seguir: 

  • Desde quando você sente desconforto, desde o início da sua vida sexual ou após algum acontecimento (gestação/parto, menopausa, separação, doença) ?
  • Você consegue ter penetração, ou é tão difícil que parece que está “atravessando uma parede”? 
  • Já experimentou lubrificantes para tentar facilitar a penetração? E funciona?
  • Tem também dificuldade para usar absorvente interno, colocar o dedo no interior do canal vaginal e fazer exames ginecológicos? 
  • Seus exames estão em dia?
  • Acredita que o problema está no tamanho do pênis do parceiro? 
  • Tem dificuldade para fazer xixi e evacuar? 

 

Caso seus exames estejam em dia, se já testou diversas marcas de lubrificantes, se essa dor a acompanha desde o início da vida sexual (ou após algum evento traumático), se sente agonia ao colocar o dedo, ou absorvente interno, é bem provável que a origem da sua dor seja a tensão da musculatura íntima. 

Esse estresse muscular pode variar em níveis, tipo de desconforto e localização: 

  1. Vaginismo: a tensão é tão intensa que a sensação durante a penetração é de estar atravessando algo muito rígido, como uma parede de concreto. Ultrapassar essa barreira pode causar também uma forte sensação de ardência. Até mesmo um dedo pode gerar esse nível de desconforto. A penetração é praticamente impossível. 
  2. Dispareunia: entrar até entra… a penetração acontece, mas arde, queima, rasga. O desconforto pode cessar após alguns minutos de penetração, ou pode piorar, mesmo com uso de lubrificante. A dor, na maioria das vezes, acontece horas depois ou no dia seguinte, como se houvesse um excesso de esforço para a região. 
  3. Vulvodínia: o desconforto é externo, entre os lábios, na entradinha do canal vaginal. Há uma hipersensibilidade até com o toque da calcinha, em níveis mais intensos. Olhando pra vulva, não há sinais de infecção ou inflamação que possam originar a dor. 

E então, você se identifica com o vaginismo, dispareunia ou vulvodínia?

Seja qual for, convido você a assistir um vídeo no qual eu explico como a dor interfere de fato em sua vida sexual. Eu respondi a uma seguidora sobre baixa libido ao conviver com desconforto. Clique aqui para assistir. https://youtu.be/OGemHcyTbDM 

Repito: dor durante as relações sexuais, apesar de comum, não deve ser considerado normal. Para conhecer os métodos de tratamento, confira meu portal sobre dor na relação Quando Amar Dói. Você vai encontrar mais de duas horas de conteúdo gratuito para ajudar você.  www.quandoamardoi.com.br